Djalma Sabiá sustenta que a poesia já vem no DNA do indivíduo. Lembra de uma passagem no Morro do Salgueiro.
Era noite de sábado, céu estrelado. Ele e o amigo Valdir Ferreiro caminhavam na direção da quadra, que ficava no alto do morro, quando faltou energia. Apesar da gambiarra apagada, o samba continuou, sob a luz do luar.
Valdir sentou numa mesinha e, inspirado pelo que via, rabiscou alguns versos:
Pode faltar luz lá no morro
Que o samba continuará
O esplendor vem das estrelas
E o refletor é a lua
Lá, quando anoitece
Do morro ninguém desce
Tem samba no terreiro
A poeira sobe, o sereno cai
E o samba vai, vai, vai…
Valdir era pai de Pedro Marreco, que, infelizmente, não herdou a sua poesia.
Copyright Cláudio Vieira – 2009
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