quinta-feira, abril 16, 2009

A luz de cada um


Djalma Sabiá sustenta que a poesia já vem no DNA do indivíduo. Lembra de uma passagem no Morro do Salgueiro.

Era noite de sábado, céu estrelado. Ele e o amigo Valdir Ferreiro caminhavam na direção da quadra, que ficava no alto do morro, quando faltou energia. Apesar da gambiarra apagada, o samba continuou, sob a luz do luar.

Valdir sentou numa mesinha e, inspirado pelo que via, rabiscou alguns versos:

Pode faltar luz lá no morro

Que o samba continuará

O esplendor vem das estrelas

E o refletor é a lua

Lá, quando anoitece

Do morro ninguém desce

Tem samba no terreiro

A poeira sobe, o sereno cai

E o samba vai, vai, vai…


Valdir era pai de Pedro Marreco, que, infelizmente, não herdou a sua poesia.


Copyright Cláudio Vieira – 2009

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