Passo pela calçada da Rua do Riachuelo e encontro o antigo depósito de artigos de carnaval fechado. As portas foram cerradas desde a morte de Gibi, em agosto do ano pasado.
De vez em quando, antes de ir para o jornal – a 150 m dali -, parava para ouvir as histórias do ex-compositor da Mocidade e da Imperatriz. Walter Pereira, o Gibi, foi autor de “Ziriguidum 2001” entre outros sambas-enredos que deixaram saudades. A minha história favorita era a das empadinhas e não me cansava de ouví-la.
Gibi estava concorrendo à disputa de sambas em Padre Miguel. Na noite da finalíssima, para surpresa dos próprios parceiros, Gibi mandara distribuir centenas de empadinhas de queijo na quadra, quentinhas, saidinhas do forno. O cheirinho gostoso tomou conta do ambiente e logo a torcida do samba rival fez a farra - o que deixou os parceiros de Gibi irritados.
- Qualé, Gibi, tratando o "inimigo" com empadinhas?!
Gibi fez uma cara debochada, piscou o olho e respondeu:
- Quero ver eles cantarem o samba com a boca cheia de empada.
Copyright Cláudio Vieira – 2009
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Um comentário:
O companheiro Miro Lopes deixou o seguinte comentário:
Grande Cláudio Vieira!
Saúde, paz e sorte!
Sua página está entre as minhas favoritas. Mais do que um grande
repórter e jornalista, Vc também é um excelente contador de histórias e
escritor. Tive a felicidade de conhecer e entrevistar Gibi e por isso
destaco, aqui, a história das empadinhas, entre as outras tantas que
acompanho pelo e no seu sambaonline.
Na verdade, estou somente chovendo no molhado.Parabéns!
Com admiração,
Miro (sem trocadilho).
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