Feijoada fez lembrar bacalhau, que fez lembrar VG, que fez lembrar o salmão defumado que a Mocidade ofereceu num jantar para os julgadores do Grupo Especial – no tempo em que os jurados eram recebidos com pompas e circunstâncias nas quadras.
Os frescões entraram pelos fundos e estacionaram na parte de trás da sede da rua Coronel Tamarindo. Era um dos últimos ensaios para o Carnaval de 93 e não havia espaço para mais ninguém. Era a Mocidade de Renato Lage.
Subimos por uma escadaria que dava acesso direto ao camarotes do Dr. Castor de Andrade – decorados com a foto de sua nora, Beth Andrade, capa da revista Rio, Samba e Carnaval.
Dr. Castor estava vestido com linho branco. As toalhas das mesas também eram de linho branco. E era o presidente quem fazia as honras da casa, dando as boas-vindas aos visitantes.
Tentando ser agradável, Paulinho de Andrade, filho de Castor, fazia o marketing da segurança. E comentava com as convidadas:
- Aqui, as senhoras podem usar suas jóias sem a menor preocupação.
Dr. Castor não achou que o comentário fora muito oportuno. Disfarçou, puxando as convidadas e seus maridos para o outro lado do camarote. Abriu uma caixinha de madeira, artesanal, e ofereceu a todos:
- Aceitam um havana?
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